terça-feira, 17 de maio de 2011

1.3. A psicanálise
No inicio do século xx, surgiu a perspectiva psicanalítica de Freud, dando importância e atenção às “forças” inconscientes que motivam o comportamento humano. Baseado na experiência clínica, Freud acreditava que a fonte das perturbações emocionais residia nas experiências traumáticas reprimidas nos primeiros anos de vida. Assumia que os conteúdos inconscientes, apenas se encontravam disponíveis para a consciência, de forma disfarçada, como por exemplo o sonho.
Neste sentido, Freud desenvolveu a psicanálise - uma abordagem terapêutica que tem por objectivo dar a conhecer às pessoas os seus próprios conflitos emocionais inconscientes. Propõe-se assim, à compreensão e análise do homem, compreendido enquanto sujeito do inconsciente.
A psicanálise possui como objecto de estudo o comportamento anormal ou a psicopatologia/consciente e adopta como principal método a observação clínica / método clínico e não a experimentação controlada de laboratório (até aí usada).
Este método fazia uso da hipnose. Insatisfeito com o método, Freud desenvolveu o que é hoje a base da técnica psicanalítica: a livre associação. O paciente é convidado a falar o que lhe vem à mente para revelar memórias reprimidas.
Freud perspectivou o desenvolvimento da personalidade apresentando uma concepção psicossexual segundo a qual a sexualidade manifesta-se desde o nascimento. Definiu cinco estádios de desenvolvimento psicosexual: oral, anal, fálico, latência e genital. A cada estádio corresponde uma zona erógena, sendo marcado pelo confronto entre as pulsões sexuais e as exigências sociais.

Curiosidade:
"O caso de Anna O"
Anna O, rapariga de 21 anos , dotada de alto grau de inteligência. Manifestava no curso de 2 anos da sua doença, uma serie de distúrbios físico e mentais. Sofreu uma grande paralisia dos membros superiores, dificuldade visual e uma perda de capacidade de beber, apesar de sentir muita sede.
O distúrbio apareceu pela 1º vez, quando a paciente cuidava do pai, por quem nutria um amor carinhoso, durante uma grave doença que o levou à morte. Inicialmente este caso foi estudado por Drº Breuer mas após um ano de terapias/estudo foi passado para Freud que através da hipnose conseguiu ajudá-la aliviando alguns sintomas, mas nunca fazendo com que este desaparecesse, porque a hipnose alivia mas não atinge a raiz do problema. Era praticamente impossível chegar directamente ao primeiro e principal trauma, sem antes esclarecer todos os que vinham em seguida.
Um dos sintomas mais peculiares manifestados foi o facto de esta paciente não conseguir beber água, apesar de ter sede. Quando esta situação se prolongava por algumas semanas, numa sessão de hipnose, ao falar duma governanta inglesa que não gostava, a paciente contou sobre uma ocasião em que entrara no quarto da governanta e vira o cão desta, que abominava, bebendo água de um copo.
 Assim, depois de dar razão à fúria contida, pediu um copo de água e bebeu sem qualquer dificuldade, e despertou da hipnose com o copo na boca. A partir de então, o sintoma desaparecera para sempre.

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