domingo, 29 de maio de 2011

6.2 O modelo psicossocial do desenvolvimento pessoal de Erik Erikson
Erik Erikson nasceu na Alemanha em 1902 e faleceu com 92 anos nos Estados Unidos. Tornou-se psicanalista após trabalhar com Anna Freud e foi considerado o primeiro psicanalista infantil americano, focando-se nas crises do ego no problema da identidade.
A teoria Eriksoniana foca-se no ego, ao invés de Freud que se focava no id, e é dividida em oito estágios em que o ego sofre uma crise. O desfecho dessa crise pode ser positivo ou negativo. Se for positivo surge um ego forte e estável, se for negativo gera um ego mais fragilizado. Após cada crise do ego ocorre a reformulação e reestruturação da personalidade.
O primeiro estágio ocorre entre o momento em que o bebé nasce até aos seus 18 meses e é quando ocorre a crise entre a confiança vs desconfiança. Quando a mãe falta, o bebé experimenta o sentimento de esperança. Ele começa a esperar que sua mãe volte e, quando isso ocorre com frequência, há o desfecho positivo e a confiança básica é desenvolvida. Caso contrário, se a mãe não retorna ou demora a fazê-lo, o bebé perde a esperança. É o desfecho negativo e o que se desenvolve é desconfiança básica.
Entre os 18 meses e os 3 anos a criança já controla os seus músculos e assim inicia a actividade exploratória do seu meio. É neste momento que os pais surgem para ajudar a limitar essa exploração. Há coisas que a criança não deve fazer, então os pais utilizam meios para ensinar a criança a respeitar certas regras sociais. Esta é crise entre a autonomia vs vergonha e dúvida. O sentimento que se desenvolve nesta etapa é a vontade e se não houver cuidado esta vontade pode passar a impulsividade e compulsão. Neste estágio é importante não exigir demais nem de menos á criança pois isso definirá então se esta se irá tornar autónoma ou insegura.
No período que decorre entre os 3 e os 6 anos a criança depara-se com a iniciativa vs culpa. É neste período que as crianças ampliam seus contactos, fazem mais amigos, aprendem a ler e a escrever, fruto da energia proveniente da iniciativa. Desenvolvem a coragem e a finalidade podendo também desenvolver impiedade e inibição. O senso de responsabilidade também pode ser desenvolvido durante esta terceira crise do ego. Nela, a criança sente a necessidade de realizar tarefas e cumprir papéis. Os pais devem dar oportunidade aos filhos para que eles realizem tarefas condizentes com seu nível motor e intelectual. É necessário que a tarefa seja possível de ser cumprida.

Quando a criança se torna confiante, autónoma e desenvolve a iniciativa para objectivos imediatos, passa à nova fase do desenvolvimento psicossocial onde a criança aprende mais sobre as normas sociais e o que os adultos valorizam. Esta fase dá-se entre os 6 e os 12 anos e é debatida a mestria vs inferioridade. Aqui, as tarefas realizadas de maneira satisfatória remetem à ideia de perseverança, recompensa a longo prazo e competência no trabalho. O ego está sensível, uma vez que se falhas ocorrerem ou se o grau de exigência for alto, ele voltar a níveis anteriores de desenvolvimento, implantando o sentimento de inferioridade na criança.
A adolescência é o período no qual surge a confusão de identidade. Questões como: O que sou?O que serei? Sou igual a meus pais? são levantadas e, somente quando forem respondidas, terá sido superada esta crise do ego.
A partir dos 12 anos até aos 18 é o estágio entre a identidade do ego vs difusão do ego. A lealdade e fidelidade consigo mesmo são características do desfecho positivo desta etapa. Estes sentimentos sinalizam para a estabilização de seus propósitos e para o senso de identidade contínua. Num desfecho negativo despertaram sentimentos como a repudiação e o fanatismo.
Na passagem para um jovem adulto dá-se a crise da intimidade vs isolamento. Se a identidade está estabilizada e o ego fortalecido, o indivíduo agora aprenderá a conviver com outro ego. As uniões, casamentos, surgem nesta fase. Se as crises anteriores não tiveram desfechos positivos, a pessoa tende ao isolamento como forma de preservar seu ego frágil.
Quando adulto o que ocorre é a generatividade vs estagnação e caracteriza-se pela necessidade que o indivíduo tem de gerar. Gerar qualquer coisa que o faça sentir produtor e possuidor de algo. Pode ser filhos, negócios, pesquisas etc. O sentimento oposto que se pode dar é o da estagnação, o conformismo.
A fase final do ciclo psicossocial por Erikson que se dá já numa idade matura é o que se chama a avaliação de todo este processo, será a integridade vs desespero.  Num desfecho positivo o indivíduo procura estruturar seu tempo e utilizar as experiências vividas para viver bem os seus últimos anos de vida. Num desfecho negativo, estagna-se diante do terrível fim e a pessoa entra em desespero.
O ciclo de vida, as crises do ego descritas por Erik Erikson resumem-se a um plano de vida onde o desfecho positivo ajuda na superação da próxima crise e, num desfecho negativo, além de enfraquecer o ego e rebaixá-lo a estágios anteriores de desenvolvimento, prejudicam a superação das crises seguintes.

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